8 de novembro de 2013

Legado


Segue abaixo um belo artigo do irmão André Persil o qual tenho grande admiração, o que temos deixado de legado para nossos filhos? Família? Igreja? Medite.

O que deixamos nesta vida é o que levamos dela.

Uma senhora baixinha, cabelos brancos, profundos olhos azuis e uma voz suave, levemente rouca. Na mão esquerda uma aliança, era a mesma que usava há anos, mesmo depois de tanto tempo que seu marido havia falecido. No fim da vida veio uma má notícia, um câncer que foi enfrentado e vencido como se fosse uma gripe. Talvez a resposta estivesse ali na mão esquerda, na aliança. Aquela aliança era o símbolo de um sentimento, de uma vida. Ali, quase escondida entre as rugas de sua mão cansada estava o resumo de seu bem mais valioso, a família.


Impossível saber quantos conflitos, quantas crises e quantas decepções acompanharam a história daquela mulher enquanto ela e seu marido dividiam a responsabilidade de construir e manter sua família. Talvez nem ela mesmo se lembrasse destes momentos que certamente existiram, mas não eram maiores nem mais importantes que os bons momentos, as pequenas alegrias e as surpresas da vida que fizeram valer a pena toda a vida e que justificava aquela aliança na mão esquerda, mesmo depois de tantos anos viúva.

Em vida, como qualquer um de nós, ela não foi a perfeição em pessoa, certamente teve seus muitos defeitos, suas manias, suas próprias ruindades. Foi humana, com todos os prós e contras que essa condição impõe a todos, mas foi a referência para sua família, aquela que ninguém queria decepcionar, aquela a quem todos buscavam refúgio quando o caos chegava. Ela não era da minha família, era uma das senhoras do grupo de oração da igreja em que cresci. Um dia, ela se foi, mas ficou esta memória, o legado de uma vida.

Aprendi que não somos ilhas, aprendemos com o que as pessoas ensinam sem usar palavras. E conhecer esta história acima me faz pensar sobre o que deixaremos para o futuro daqueles que nos cercam, dos que já nos conhecem e dos que ainda nos conhecerão. Teremos combatido o bom combate? Seremos lembrados como alguém bom, um herói da fé, mesmo que seja um anti-herói, algum de subversivo do bem, ou teremos apenas corrido atrás do vento. Vaidade de vaidades, isto é o que somos. Certamente aquela senhora não se preocupava com o que seria da memória dela quando partisse, mas com o que poderia ser enquanto ela permitia que Deus agisse por meio de sua simplicidade. Não sabemos o que nos reserva o futuro, mas Deus sabe e Ele nos dá pistas de que é algo bom que está reservado aos que forem fiéis.

 
Fonte:
http://www.fesimples.com.br/

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