15 de maio de 2012

Notícias! Notícias! Notícias!


Colocando o Evangelho e a Teologia na ordem correta
Há pregadores e não somente ensinadores; e, pela mesma razão, há repórteres e não somente comentaristas. A razão é que há notícias, e não apenas comentários. As notícias devem ser divulgadas, se, pelo menos, forem boas notícias. Posteriormente, talvez seja necessário explicá-las e argumentar a respeito delas.
Os crentes mais simples precisam lembrar isso. O cristianismo é notícias, antes de ser teologia. Imagine a cena: existe uma situação horrível em que muitas pessoas são mantidas reféns, e suas vidas estão em perigo. Parece que não há meios para resgatá-las ou para elas escaparem. É terrível. Em secreto, as autoridades planejam um ataque e um resgate ousado. Repentinamente, há uma invasão. Os soldados conseguem, com perdas incríveis, preparar uma saída. Inúmeras pessoas começam a escapar. Espalha-se rapidamente a notícia: “Há uma saída! Há uma saída! Venham para o lugar seguro. Há um túnel para a liberdade”.
O cristianismo é, primeiramente, notícias; depois, teologia.
Sessenta anos atrás, J. GreshamMachen amava enfatizar isso, porque ele estava totalmente comprometido com a realidade de que o cristianismo é essencialmente fatos. Notícias dizem respeito a fatos e não a meras idéias. O cristianismo se refere a algo que realmente aconteceu, e não somente às idéias de alguém. Os fatos realmente aconteceram: uma criança nascida de uma virgem, poucos anos de ensino e curas, um julgamento, uma crucificação, uma morte, uma ressurreição e uma ascensão ao céu. Em seguida, houve uma explosão de notícias sendo divulgadas.
Em seu livro God Transcendent (Edinburgh: Banner of Truth Trust, 1982, p. 39), Machen afirma:
Não poderíamos esperar que seríamos ouvidos, se tivéssemos apenas nossos próprios pensamentos. Há muitos outros no mundo mais sábios e mais cultos do que nós. Mas, em tempos de perigo, em uma cidade sitiada, o mais humilde dos trabalhadores, se tiver boas notícias, é mais digno de ser ouvido do que o maior dos oradores.
Em tempos de perigo, um portador de boas notícias é melhor do que os grandes filósofos. Não importa se a sua linguagem, ou a sua gramática, ou a sua aparência é boa. Se ele tem boas novas para um povo em perigo, será mais valioso do que milhares de teólogos. As pessoas simples que ouviram as boas-novas e foram salvas por meio delas devem se animar com isso. As pessoas precisam inicialmente das boas notícias. Perguntas difíceis podem ser respondidas depois. Precisamos de portadores alegres e incansáveis de boas notícias, e não de comentaristas inteligentes dessas notícias.
Sim, ouço a advertencia. Precisamos de ambos. Às vezes, as notícias são ininteligíveis sem os comentários. O fato de que as notícias são intelectualmente convincentes é, em si mesmo, boas notícias. Sim, eu amo tudo isso. Contudo, creio que, no caso de algumas pessoas, precisamos enfatizar que temos boas notícias! E são melhores do que a descoberta da cura para o câncer. Infinitamente melhores. Precisamos crer nisso e sentir isso. Em seguida, devemos sair e divulgá-las.
É realmente maravilhoso ser um portador de boas notícias. Sei que muitas pessoas não sentem que estão em perigo. Isso complica a transmissão dessas notícias. Mas, se você realmente crê no perigo e nas notícias, ainda é emocionante contar às pessoas os acontecimentos que trazem segurança, esperança e gozo eterno.
Freqüentemente, precisamos meditar no fato de que o cristianismo é notícias. É notícias, e não apenas idéias ou argumentos. O cristianismo também possui essas características, mas ele é, antes de tudo, notícias poderosas e cheias de júbilo. “Não temais; eis aqui vos trago boa-nova de grande alegria, que o será para todo o povo” (Lucas 2.10).
Qual é a notícia? É esta: embora o pecado tenha grande poder, seja universal e cause a morte (Romanos 3.23; 6.23), Jesus, o Filho de Deus, veio ao mundo para salvar pecadores (1 Timóteo 1.15). Ele nos livra da condenação eterna (Mateus 25.46). Cristo morreu por nossos pecados (1 Coríntios 15.3). Aquele que não conheceu pecado, Deus o fez pecado por nós, para que, nEle, nos tornássemos os justos de Deus (2 Coríntios 5.21). Somos justificados por meio do sangue de Cristo e reconciliados com Deus (Romanos 5.9-10). Não há condenação para aqueles que estão em Cristo Jesus (Romanos 8.1). O justo morreu pelos injustos, para trazer-nos à comunhão com Deus (1 Pedro 3.18). Este Jesus, Senhor do universo, foi ressuscitado, indestrutivelmente, de entre os mortos e não pode morrer ou ser vencido (Romanos 6.9; Hebreus 7.16). A maneira de sermos salvos por intermédio dEle não são as obras meritórias, e sim a fé no Deus que justifica os ímpios (Romanos 4.5; Efésios 2.8-9). Nenhum ser humano jamais imaginou a grandeza do que Deus tem preparado para aqueles que O amam (1 Coríntios 2.9).
É admirável o fato de que esta mensagem — esta notícia — se propagou triunfantemente pelo mundo romano naqueles primeiros dias da igreja, mesmo num contexto de paganismo, pluralismo, ocultismo e perseguição (dias semelhantes aos nossos)? As notícias eram boas demais para serem retidas. E toda a história exclama: “Quão formosos são os pés dos que anunciam coisas boas!” (Romanos 10.15).
Devocional extraído do livro Provai e Vede, de John Piper.
Copyright: © Editora FIEL

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