18 de abril de 2013

Reconhecimento



Passamos a vida fazendo coisas para Deus e, enquanto a vida passa, não somos o que Deus quer fazer de nós. Pode isso?

Pode. Note como, mesmo depois de Jesus, acreditamos que é preciso prestar sacrifícios a Deus como se Ele esperasse isto de nós para nos aprovar como merecedores de perdão, salvação e outras recompensas que nós inventamos. E o pior, buscamos esta aprovação por meio de atitudes tão estranhas a Palavra que causam vergonha alheia. Definitivamente, quando o apóstolo Paulo, recomendou a Timóteo buscasse apresentar-se a Deus aprovado não era este tipo de aprovação. No fim, nos contentamos com a aprovação de um sistema puramente humano que nos recompensa conforme as regras de um jogo que Deus não participa.

Vivemos de sacrifícios, os mesmos que Deus rejeita em troca da misericórdia. Não dá para viver assim, acreditando que podemos pagar a Deus por tudo que Ele nos fez independente do que seja preciso para pagar esta dívida. Isto é loucura! Afinal, qualquer coisa que eu ofereça para Deus, recebi antes dEle e se devo alguma coisa, devo apenas o amor ao meu semelhante.

Estamos tornando o sacrifício de Cristo insuficiente ao exigir novos sacrifícios por projetos e por instituições, abrimos mão do amor e do serviço ao próximo para convencer o maior número de pessoas de que elas são convertidas, porque assim enchemos os espaços que criamos sem deixar nenhuma cadeira vazia. Não importa se estas pessoas se sentem vazias, desde que nossos templos estejam cheios!

Até quando continuaremos a tratar as pessoas como recursos para realizar grandes obras em nome de Deus em vez de proporcionar, pela grande obra de Cristo, recursos para que as pessoas sejam tratadas? O reino de Deus está próximo, e isto não diz respeito apenas ao tempo, mas ao espaço. O reino de Deus está ao nosso lado, na nossa frente e deve estar em nós manifestando a verdade, a justiça, a paz, a fraternidade, o perdão, a liberdade, a alegria e a dignidade da pessoa humana. Qualquer coisa fora disto não é mais o reino de Deus, mas o reino de alguém que usa o nome de Deus para interesses próprios.

Todas as coisas convergem para o eterno e soberano Deus, dEle, por Ele e para Ele são todas as coisas. Ele é o nosso fim, o objetivo de nossa jornada e torná-Lo em um meio para conseguirmos o que queremos, acreditando que podemos manipular Sua vontade com ofertas e sacrifícios é idolatria!

É preciso lutar com todas as forças para não cair no erro de acreditar ser merecedor do favor de Deus e também é preciso vencer a hipocrisia que nos faz realizar coisas com a intenção de sermos reconhecidos mesmo que seja pelos outros. Confiar plenamente na vontade de Deus entendendo que qualquer coisa que façamos não gera obrigação nenhuma para Ele não é tão fácil como parece, mas é necessário. Mesmo falhando miseravelmente, precisamos nos esforçar para que nossa vida seja uma manifestação pública da misericórdia e do amor de Deus que nos alcança por pura Graça.

E, independente do que façamos, o que Deus quiser que seja, será!

Publicado por Andre Persil

Fonte: www.fesimples.com.br

Nenhum comentário:

Postar um comentário